Nevrose Nocturna
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- Bela! dizia eu, como um navio à vela,
para um país polar, por um silêncio amigo.
Bela! como uma estátua e gélida como ela.
- Bela! dizia eu, como um sepulcro antigo.
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- Bela! dizia eu, ágil como um jaguar,
assim me inspire o Fado e Satanás me deixe!
- Bela! dizia eu, fria como o luar
sobre o dorso luzente e excepcional dum peixe.
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- Bela! dizia eu, como uma mesa lauta
para um festim pagão: a Forma, o Som, e a Cor.
- Bela! dizia eu, como nocturna flauta,
desafiando, no mar, a ladainha - Dor.
(...)
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Gomes Leal
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