florestas

Floresta dos plátanos, choupos, freixos, faias, salgueiros, olmos, oliveiras, castanheiros, carvalhos, sobreiros, azinheiras, pinheiros bravos e mansos....
Um blog para seres da floresta, do deserto, dos grandes mares, das planícies, das montanhas, dos rios, das rias, das cidades... não acessível a tias!

segunda-feira, julho 23, 2007

quarta-feira, maio 30, 2007

Strike

I am on Strike!

Peço desculpa pelo meu inglês de Oxford, muito pouco técnico!

terça-feira, fevereiro 20, 2007

The End, LIVE in Toronto, The Doors. Excellent Quality!!

Tudo tem um fim! Este blog também! Acaba aqui, com tranquilidade (eheheheh) e naturalidade. E acaba no fim, o que também é natural.
This is The End!!!!

FIM - Federação Internacional de Matraquilhos

The End - The Doors

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end

Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end
Ill never look into your eyes...again

(...)

__________________


My Way

And now, the end is near;
And so I face the final curtain.
My friend, Ill say it clear,
Ill state my case,
of which Im certain.

Ive lived a life thats full.
Ive traveled each and evry highway;
And more, much more than this,
I did it my way.

Regrets, Ive had a few;
But then again, too few to mention.
I did what I had to do
And saw it through without exemption.

(...)

P. Anka, J. Revaux, G. Thibault, C. Frankois

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Como os pequeninos vêem os grandes (de alma). Como os MES vêem os professores (enormes professores)

"Quem é pequeno vê no maior apenas o que um pequeno é capaz de perceber!"

Herman Hesse

domingo, fevereiro 18, 2007

Bom Carnaval!!

Mais um roubo meu!
O autor da animação mora aqui: http://antero.wordpress.com/

Leis Novas - Decretos, Despachos, Circulares...

Por decisão da Srª Sinistra foi extinta a DGRHE - Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação!
Por despacho sucessivo foi criada a DGRHE - Direcção-Geral dos Resíduos (restos) Humanos da Educação.
O Portugal moderno dispensa o peso dos humanos, enquanto não for residual e ao serviço da causa nobre da economia.
Os humanos complicam o que a economia simplifica!
A economia é Simplex, os humanos são Complex!!!
Foi também abolido o cozido à portuguesa, essa mistura desgovernada de carnes!
O prato nacional é agora o "Sauté TPP/TGV - Tou Poupando em Professores- Tou Gastando em Vergastadas"
Hum, que delícia...!!!!

"Milu vai à Escola", " A Equipa de Milu", "Milu em Corrida"

Alguns personagens parecem estranhamente familiares!!
Por que razão será?

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Hai-Kais Populares Poliglotas

Era o primeiro
O carrou chiou
Um tiro dans les cornes

No education
Just a bad Bicha
Lots of Laws

Una pedrita
En el zapato
Fedes como chulé

Slug, dear
Have no fear
Também morres um dia...

Cartão único
Unemployment, misery
Muitos ao cartão

Portugal
País Simplex
Chicken Minister

Governo
Dirty Underwear
Recibos Verdes

Dinamismo
Modernidade
Songs and lies

Europa
Como te quero
My pants are down

Putedo
Honourable trade
Professores de nada

Economia
Bandulho cheio
Others must wait

Criticize
In a silent way
O bufo mora ao lado

O escravo
Work for pleasure
Um Sobreiro e um Carvalho

The scum
Bengaladas a menos
O "Socialismo Nacional"

------------

Explicação e dívida:

IC gosta de Matsuo Bashô
e nas memórias aparecem textos do poeta
Ora eu gosto de Matsuo Bashô
Mas como nasci em Alfama...
Os hai-kais são diferentes...!
Não que me queira comparar
Notei a diferença, porque ela é óbvia!
É uma questão de qualidade e...
de geografia...
De política e de filosofia.
Quanto à qualidade nada a dizer;
Geograficamente também estamos entendidos!
Em relação à política, o que posso dizer é que não são textos cor-de-rosa (lllaaaaaccchhhh), para o chefe gostar!
Sobre filosofia, que me perdoe o Sócrates, mas estou cada vez mais oriental!

PS (Pós Sócrates): São pós que se vendem na zona de S. Bento e que dão efeitos surpreendentes...

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Não há limite para a arrogância, prepotência, insolência e demência dos (a preencher com os nomes que vos apetecer) que tomaram conta da educação em Portugal.

Projecto do ME para acesso a "titular" é novo atentado contra os docentes

Realizada a primeira reunião do processo de regulamentação do ECD, a FENPROF afirma, sem medo de errar, que o projecto apresentado pelo Ministério da Educação, visando estabelecer o regime do primeiro concurso de acesso à categoria de titular, torna ainda mais negativo o já muito gravoso "ECD do ME".

De facto, o projecto que o ME enviou à FENPROF:
Retoma algumas das propostas mais penalizadoras que assumira durante o processo de revisão do ECD, sobre os efeitos das faltas, licenças e dispensas na carreira dos professores e educadores. São o caso das dispensas para formação, nojo por morte de familiares directos, assistência por doença a filhos menores, casamento, doença do próprio, isolamento profiláctico e muitas outras que, nos termos da lei, são equiparadas a serviço efectivamente prestado;
Limita a apreciação curricular para efeitos de concurso de acesso aos últimos seis anos, num claro desrespeito pelo riquíssimo passado, de décadas, de professores e educadores que se envolveram nas mais diversas actividades nas suas escolas;
Não é revelado o peso de cada um dos factores a ponderar na designada apreciação curricular. O recurso a uma classificação de 60 pontos, numa escala de 0 a 100 (agravado pelo desconhecimento da ponderação de cada factor) surge como um crivo que impedirá um elevadíssimo número de docentes do 10º escalão de acederem à categoria de titular, substituindo a quota que se aplicará aos restantes.
Revela que nem a dotação de 1/3 para acesso dos docentes dos 8º e 9º escalões à categoria de titular, será respeitada. De facto, o que o próprio "ECD do ME" considera como "dotação" (1/3) surge agora transformado em "limite".
São criados, de forma artificial e apenas para este concurso, departamentos que deixarão, em muitas escolas, inúmeros grupos de recrutamento sem qualquer titular. Além destes, nesta proposta de departamentos surgem absurdos como, por exemplo, a integração dos docentes de Educação Especial no departamento "Expressões", juntamente com a Música, a Educação Física ou a Educação Tecnológica.
Será impeditivo da mobilidade da esmagadora maioria dos docentes, limitados que estarão neste concurso a concorrer apenas à escola a cujo quadro pertencem ou, nos casos de afectação ou destacamento, àquelas em que exercem funções. Dessa forma, surgirão ultrapassagens no acesso aos novos quadros, será totalmente desvalorizada a graduação profissional dos candidatos e decorrerão daqui situações de extrema instabilidade para todos os que, estando nos 8º, 9º e 10º escalões, não consigam aceder à respectiva categoria (designadamente por razões de ordem administrativa: limite de vagas ou classificação a partir de factores de restrição).
Para a FENPROF, entenda-se, o problema não está no projecto agora apresentado pelo ME, apesar de, nele, serem recuperadas algumas das posições mais negativas que tinham surgido nas suas propostas de revisão do ECD.
A FENPROF pretende, isso sim, destacar o carácter extremamente negativo e arbitrário deste projecto com que o Ministério da Educação pretende regulamentar um dos aspectos mais gravosos da carreira docente que impôs: a divisão em categorias hierarquizadas. Uma divisão sem outros objectivos que não sejam os de impedir o acesso dos professores e educadores ao topo da carreira e de cercear níveis de autonomia e responsabilização que hoje são reconhecidos aos professores e às escolas.
A FENPROF rejeita esta proposta do ME e considera indispensável, uma vez mais, a mobilização de todos os educadores e professores portugueses contra uma política que os tem vindo a desvalorizar e desconsiderar. Não é aceitável este permanente ataque aos profissionais docentes e não será a criação de um ridículo prémio a atribuir ao melhor professor que disfarça ou atenua políticas e medidas que visam, apenas, desregular a profissão docente, introduzir focos de instabilidade profissional e desvalorizar social e materialmente a sua carreira.

Informação transcrita do site da FENPROF

terça-feira, fevereiro 13, 2007

A lei do aborto na educação!

Com sorte, como em Portugal tudo é possível, se a lei do aborto tiver efeitos muito retroactivos (como outras), pode ser que a equipa AP (anti-professores) ainda mude!
Que ingenuidade a minha. Não tenho cura!!!

PS: Alguém sabe o que é um APON?
Pista: Existem muitos nos departamentos govenamentais...

Nina Hagen - Rockpalast 1978 - 02 - Naturtrane

Wet Wet Wet - Goodnight girl

Joe Cocker With a little help from my friends LIVE

Janis Joplin - Summertime (Live Gröna Lund 1969)

domingo, fevereiro 11, 2007

Desde que alguém extremamente sinistro me desconsiderou abruptamente como profissional, desde que sei que o meu trabalho se estende por cinco dias (está no novo ECD e se calhar no velho também), desde que sei que sou escumalha, desde que sei que qualquer dos meus contributos para esta coisa educativa foi apagado do registo (ando nisto há 21 anos), desde que sei que serei fornicado e mal pago até ao dia em que morrer, de bengala, a leccionar ( não sei exactamente o quê), desde que sei que esta desvalorização se faz para se ter um fundo de maneio maior para a elite dos políticos e compadres, que me pus à procura do Kit de sobrevivência mais próximo. Deixou de me interessar qualquer discussão pedagógica, não me motivo com filosofias da educação, perdi a vontade de achar graça às práticas decentes, não me revejo no vocabulário utilizado (boas práticas e péssimas teóricas), não quero saber de trabalho missionário em que não acredito.
Vai daí, decidi dedicar o meu tempo de fim-de-semana ao fim-de-semana!
E se a semana acaba, na sexta-feira acaba a minha preocupação com a escola, nem um minuto do meu Sábado ou Domingo é dedicado à escola.
Não vejo testes, não corrijo fichas, não preparo aulas, não faço nada que tenha a ver com a escola!
Os alunos esperam e desesperam?
Os utentes do serviço nacional de saúde também!!!
A família agradece, até porque já sabe que filho de professor jamais poderá ter uma educação normal (é que os pais dos filhos dos professores são maus profissionais, diz o ME; resta-lhes serem bons pais)!!!

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Educação e Saúde fora da função pública DN 09-02-2007


Governo reduz funções nucleares do Estado à defesa, segurança e diplomacia Manuel Esteves

O Governo levantou ontem o véu sobre o que entende serem as funções nucleares do Estado durante as negociações com os sindicatos da função pública: a defesa e segurança, a magistratura e a diplomacia. E porque é isto tão importante na negociação sobre o sistema de carreiras? Porque só no exercício das ditas funções nucleares do Estado é que o Ministério das Finanças admite manter o vínculo por nomeação definitiva, que hoje se aplica a 80% dos funcionários públicos. Por outro lado, ao estreitar este núcleo duro, o Governo está a dar um sinal político sobre o que considera ser as funções exclusivas do Estado. Isto é, as que não podem ser desempenhadas por privados.Se o Governo mantiver esta posição, as futuras admissões na função pública só serão "vitalícias" para os que vierem a ocupar o cargo de oficiais das Forças Armadas (os soldados ficam de fora); de polícias, guardas e investigadores; de magistrados (deixando de fora os restantes funcionários da Justiça); e de diplomatas (trabalhadores dos consulados e embaixadas não são abrangidos). Para os trabalhadores das restantes áreas, onde se destacam a Saúde, a Educação e a Justiça, todas as admissões far-se-ão por via do contrato individual de trabalho, tal como acontece no sector privado. A discussão em torno das funções nucleares do Estado é eminentemente política. A Constituição deixa margem para várias interpretações e nada há predefinido que vá além da doutrina, ou seja, da opinião. Os liberais inclinam-se para um Estado menos interveniente, onde as funções nucleares são menos abrangentes, enquanto os sociais-democratas recusam excluir a Educação, a Saúde, a Justiça ou a Segurança Social deste núcleo duro. A questão está agora em saber para que lado se inclinará José Sócrates. O que sucede aos actuais funcionários?A discussão em torno das funções nucleares do Estado serve para definir o tipo de vínculo contratual que se vai aplicar aos trabalhadores que venham a ser admitidos no futuro. Mas o que acontece aos actuais funcionários públicos que estão fora das funções nucleares? Essa é a pergunta que os sindicatos insistem em colocar, mas cuja resposta o Governo insiste em adiar. Segundo a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, o secretário de Estado da Administração Pública remeteu a abordagem deste tema para a segunda fase das negociações, relativas ao regime de transição entre o actual sistema e o futuro, o que deverá acontecer apenas em Março. Porém, ao associar a discussão do vínculo dos actuais funcionários ao período de transição, João Figueiredo estará a reconhecer que vai de facto mexer nos contratos actuais, defende esta dirigente sindical. Mais prudente, Nobre dos Santos manifestou, contudo, um entendimento diferente das palavras do secretário de Estado. O líder da Fesap está convencido de que o regime de nomeação definitiva é para manter no futuro, mesmo quando houver mudança de funções por parte dos actuais funcionários. Quanto ao STE, o DN não conseguiu obter, até ao fecho da edição, um comentário sobre esta questão concreta.Especulações à parte, o certo é que, quando questionado pelos jornalistas, João Figueiredo tem evitado comprometer-se a este respeito, deixando em aberto todas as soluções para os contratos dos actuais funcionários públicos.

terça-feira, janeiro 30, 2007

sábado, janeiro 27, 2007

Requisitos a prrencher pelos opositores ao Concurso de Melhor Professor Nacional

Requisitos a prrencher (cumulativamente) pelos opositores ao Concurso de Melhor Professor Nacional
a) Ser capaz de soletrar a expressão "Maria de Lurdes Rodrigues, Vossa Excelência", em pelo menos 34 línguas diferentes;

b) Ser especialista em vénias;

c) Nunca ter ousado pronunciar o nome de Sinistra em vão (de escada);

d) Ter feito um requerimento ao ME a pedir o prolongamento da idade da reforma até aos 77 anos, com uma redução de ordenado de 5% em cada ano subsequente aos 65.;

e) Ter realizado 95 % do total de substituições da escola, declarando no jornal escolar que o fez porque trabalha por gosto;

f) Ter sido coordenador de três departamentos diferentes, sempre com a aura de excelência visível em qualquer actividade;

g) Declarar já ser capaz de ser um "genérico", sem estar à espera que o diploma legal surta efeito, demonstrando um espírito de iniciativa muito para além do comum na indústria farmacêutica;

h) Leccionar 4 turmas de LPO, mais três de Inglês, 7 de Matemática (...), colaborar com a professora de apoios em actividades por si delineadas, substituir a psicóloga escolar nas suas faltas e impedimentos, acompanhar os encarregados de educação quando estes acompanham os filhos à escola;

i) Ser portador de um espírito de missão reconhecido e atestado por um número mínimo de 112 docentes, 11245 discentes e 1124765 displicentes;

j) Ser o director do jornal escolar, o webmaster da página escolar, o coordenador dos directores de turma; o Presidente do Executivo, do Pedagógico, da Área de Projecto, do Estudo Acompanhado, da Comissão de Acompanhamento das Actividades Gratuitas de Substituição;

l) Ter uma pós-graduação em salamaleques genéricos, um mestrado genérico em agachamento prolongado, um doutoramento mais genérico em "louvar a sinhoura";

m) Ter publicado pelos menos dois artigos em jornais nacionais, defendendo a instituição do prémio e criticando os que, malevolamente, tem vindo a afirmar que com o dinheiro roubado em ordenados se poderiam instituir 232589 prémios daquele montante;

n) Ter apresentado publicamente uma proposta inovadora de reconversão das carreiras: a do professor, a do professor titular e a do professor titular plus, com critérios de progressão baseados na excelência e no número de vezes que cada professor é capar de dizer "Vossa Excelência" por minuto;

o) Ser um arauto do Portugal Moderno e da Escola Pública de Qualidade, do rigor, da excelência, do trabalho que liberta, da valorização em horário pós-laboral, da exigência e ser capaz de demonstrar que as medidas para os professores são boas, eles é que têm uma limitada capacidade de entendimento...

p) Ser capaz de escrever um texto com alíneas até ao "p".

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Nota: Eu tenho um dos requisitos..., só não digo qual é!

Prémio para Professores - O Lurditas d' Ouro


Fui "roubar" a imagem ao "Anterozóide", um blog que vale a pena visitar. Espero estar perdoado pelo meu acto...!

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Pink Floyd- Great Gig In The Sky- Screen Film

Uma iniciativa ecológica


Uma iniciativa ambiental, de grande relevo, colocou Portugal no topo da Europa!

Já é possível, no nosso país, enviar os pulhas para a reciclagem, impedindo poluições desnecessárias.

A iniciativa tem sido um sucesso e um PULHÃO colocado em Lisboa, no dia 5 de Outubro, tem estado sempre cheio, apesar dos esforços da empresa de reciclagem para o manter com espaço livre para mais pulhas...

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Ryuichi Sakamoto - Lost Child

Melancolia...? Um dia...
Belo e pronto!
Daqui e dali. De imensos sítios...

terça-feira, janeiro 23, 2007

NOTA INFORMATIVA - DGRHE

NOTA INFORMATIVA
DIRECÇAO GERAL
DOS RECURSOS HUMANOS
DA EDUCAGAO
ASSUNTO: Contagem de tempo de serviço para efeitos de progressão na carreira
1. O tempo de serviço prestado de 30 de Agosto de 2005 a 31 de Dezembro de 2007
não é contabilizado para efeitos de progressão nas carreiras, designadamente do
pessoal docente e pessoal não docente dos estabelecimentos de educação e dos
ensinos básico e secundário, de acordo com a Lei n." 4312005, de 29 de Agosto, com
as alterações introduzidas pelo art. 1 ." da Lei n." 53-C12006, de 29 de Dezembro.
2. O constante do ponto 2. do Oficio-circular n." 3/2006, de 3 de Julho, emitido pela
DGRHE, é substituído pelo referido no número anterior para efeitos de avaliação do
desempenho do pessoal docente.
Lisboa. 12 de Janeiro de 2007
IdaleteGonçalves
Subdirectora-Geral
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Já sabíamos deste prolongamento, mas...
Perante isto, também não deve ser contabilizado nada do que professor faz nestes dois anos!
Se não conta para progredir, não serve para reconhecer o "mérito"...! Então por que razão avaliar o docente?
Só se for para rebaixar mais a classe, que sabe que este tempo não conta...
E por favor não me citem as alíneas do número 3, do artigo 40 do ECD (Esta Coisa Demente)!
Valia a pena fazer estes dois anos ao contrário, como se fosse Carnaval. Assim como assim, nim!

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Da cartola



Uma licenciatura generalista, seguida de um mestrado generalista, com créditos daqui, dali e dacolá, é coisa que não lembra ao diabo, mas lembrou aos doutores da educação que andam pelo ME.

Presumem-se resultados que nos colocarão a par da Europa, espreitam-se melhorias nunca antes vistas e o país há-de triunfar do obscurantismo em que a classe docente o colocou.

O novo professor será um poço de sabedoria, muito mais ligado ao meio envolvente que o formar.

Assim se vier do Norte, a Geografia os rios terminam no Tejo (não há tempo para aprender mais matéria na Universidade), os reis da História começam no D. João I (por alguma razão ele foi o primeiro), salta-se os Filipes e volta-se a falar de reis com a revolução liberal que foi no Porto. Em Matemática os números serão todos finitos (sobretudo os do ordenado) e nas Ciências dá-se o aparelho digestivo, mas já não haverá tempo para o respiratório. Portanto se um aluno perguntar o que é um pulmão e para que serve, poderá sempre obter uma resposta que lhe diga que um pulmão não serve para nada e que contenha a respiração que o tempo é de contenção.

Se o novo professor for do Sul, nem houve reis em Portugal, o nosso país foi Muçulmano até à implantação da República, exactamente num dia de Janeiro, em que o corajoso ministro com nome de filósofo depôs Bin Laden, que então governava o território do Algarve ao Tejo. Em Ciências falar-se-á somente dos peixes que são mais pequenos que os mamíferos e cabem mais no tempo de formação. Se um aluno perguntar o que é um mamífero, o professor pode sempre responder que esses seres estão extintos e que tinham pêlo e que faltavam muito... Matemática, para este professor, será o encontro supremo com a fórmula que explica claramente o sucesso económico do país. Tanto num caso como noutro, todos os conhecimentos serão transmitidos em Inglês. As matérias podem ser reduzidas, mas serão leccionadas nesta língua, por ser mais europeia e mais moderna.

O professor de Informática (técnico especializado) poderá sempre colaborar no processo, dando um choque tecnológico aos restantes professores...! Será ele o produtor do programa que explica estatisticamente o sucesso das escolas... em inglês, está claro!
Acrescento: Não se falou de Língua Portuguesa porque o professor ainda não teve tempo para digerir a TLEBS.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Tarde

A tarde trabalhava
sem rumor
no âmbito feliz das suas nuvens,
conjugava
cintilações e frémitos,
rimava
as ténues vibrações
do mundo,
quando vi
o poema organizado nas alturas
reflectir-se aqui,
em ritmos, desenhos, estruturas
duma sintaxe que produz
coisas aéreas como o vento e a luz.

Carlos de Oliveira




May Wind
Vladimir Kozhanov

A árvore do silêncio

Se a nossa voz crescesse, onde era a árvore?
Em que pontas, a corola do silêncio?
Coração já cansado, és a raiz:
Uma ave te passe a outro país.
Coisas de terra são palavra:
Semeia o que calou.
Não faz sentido quem lavra
Se o não colhe do que amou.
Assim, sílaba e folha, porque não
Num só ramo levá-las
Com a graça e o redondo de uma mão?

(Tu não te calas? Tu não te calas?!)

1962
Vitorino Nemésio, Canto de véspera















Carl Dreyer, Ordet, 1955

terça-feira, janeiro 16, 2007

O amor que sinto

O amor que sinto
é um labirinto.


Nele me perdi
com o coração
cheio de ter fome
do mundo e de ti
(sabes o teu nome),
sombra necessária
de um Sol que não vejo,
onde cabe o pária,
a Revolução
e a Reforma Agrária
sonho do Alentejo.
Só assim me pinto
neste Amor que sinto.


Amor que me fere,
chame-se mulher,
onda de veludo,
pátria mal-amada,
chame-se "amar nada"
chame-se "amar tudo".

E porque não minto
sou um labirinto.

José Gomes Ferreira




















Akiko Endo - The Street of a Labyrinth

sábado, janeiro 13, 2007

Avaliação

Depois de ter sido proletarizado, desconsiderado, achincalhado e impedido de ser melhor, depois de ter sentido tudo isto como uma enorme afronta, depois de ter reagido a quente, dou comigo a pensar que também queria ser avaliado por todo o meu percurso como professor, por tudo o que dei a um sistema, agora nas mãos de uma megera incapaz de reconhecer o mérito nem que ele se sentasse em cima dela...
Lirismos de quem não tem nada para fazer à 1 da manhã, ou ideias muito básicas de quem não devaneia por teorias, ou já está farto delas (teorias e megeras). E de práticas voluntaristas!
Chateia-me, aborrece-me mesmo, a falta de tempo para ser professor, a falta de tempo para pensar as coisas, a falta de tempo para inovar, para ser criativo na minha profissão.
Funcionalizado que fui, resta-me tempo para cumprir os procedimentos, alguns, pelo menos, para tratar da papelada que mostra estatisticamente que funciono dentro dos parâmetros definidos por lei, que não sou um revolucionário sem sentido... Resta-me tempo para produzir documentos que ninguém lê, numa linguagem que ninguém entende, para cumprir objectivos em que, apesar de ser actor da coisa, ninguém se revê...
Dito isto, ou desabafado isto, quero muito ser avaliado pela felicidade que provoco, pelos abraços que recebo nos recreios, pelo teatro que faço da História, pelos beijinhos que me dão, pelo sorriso que a conquista de Lisboa aos Mouros provoca, pela curiosidade que desponto, pelo prazer que tenho ao ver um teste excelente, pelo imenso prazer silencioso que retiro das dificuldades suplantadas, pela ironia fina que permito e incentivo, pela ingenuidade dos alunos que acham que professor assim não há, pelo prazer que sinto em dar aulas de história, pelo prazer que eles sentem nas aulas de história, por eles adivinharem que a história é a vida das pessoas, por eles não se enganarem nas respostas para a TVI, ou por eles se enganarem e eu ter a possibilidade de os corrigir, de voltar a explicar...
Quero mesmo ser avaliado, mas também quero que me deixem progredir, não quero ser avaliado com items que, à partida, servem para impedir a avaliação.
De que me serve a avaliação? Para que serve? Para nada!
Sabemos hoje, exactamente, que seremos avaliados para não progredir na carreira!
Então para quê o esforço????
Para nada!
Ficamos à espera que os velhotes do ensino se reformem, não para progredir, mas tão só para ver quem passa recibos verdes, neste ensino público de qualidade.
Ou será que há amigos para quem o negócio da educação é muito rentável??
Se tornarmos tudo muito mau e precário, é natural que os amigos dos colégios ganhem algum ascendente....
E nós, professores incautos, nem percebemos nada...!

quarta-feira, janeiro 10, 2007

domingo, janeiro 07, 2007

Ainda sobre carreiras



O Governo preocupa-se com o bem estar dos portugueses [as elites ricas também são compostas por portugueses].


Isto ocorreu-me agora, quando estava a fazer a barba, e não podia deixar de partilhar esta ideia com os leitores do blog.


Há desígnios superiores que tutelam a acção governativa!


É certo que o goveno congelou a progressão nas carreiras, também é certo que as impossibilitou definitivamente com o novo ECD, mas tudo isto foi feito de acordo com um plano integrado de reestruturação das carreiras.


Assim, se esta carreira está parada, outras há que se movimentam mais facilmente.


São as carreiras com rodas, as carreiras dos transportes de Lisboa e do Porto...


Nestas, a mobilidade é maior e chega-se a algum lado!


Ou Não!!!

Tejo

Aqui e além em Lisboa - quando vamos
Com pressa ou distraídos pelas ruas
Ao virar da esquina de súbito avistamos
Irisado o Tejo:
Então se tornam
Leve o nosso corpo e a alma alada

Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, janeiro 06, 2007

Quem é que bebeu o quê...?


Foi Sócrates que bebeu cicuta??


Isso foi quando?


Foi ontem? Ou hoje??


É que não vi as notícias!!!

Há noites

Há noites que são feitas dos meus braços
E um silêncio comum às violetas.
E há sete luas que são sete traços
De sete noites que nunca foram feitas.

Há noites que levamos à cintura
como um cinto de grandes borboletas
E um risco a sangue na nossa carne escura
duma espada à bainha de um cometa

Há noites que nos deixam para trás
Enrolados no nosso desencanto
E cisnes brancos que são só iguais
À mais longínqua onda do teu canto.

Há noites que nos levam para onde
O fantasma de nós fica mais perto;
E é sempre a nossa voz que nos responde
E só o nosso nome estava certo...



Natália Correia
Em silêncio a lua
enquanto nuvens se destroçam
contra o Monte Gessan*



Matsuo Bashô
*monte da lua


















Yoshitoshi Taiso [1839-1892]



Lendo ao Luar






E esta delícia de prosa é de quem??




quarta-feira, janeiro 03, 2007

What about underwear?

Crazy...

Andam por aí uns rumores, repetidos a cada ano novo, que dizem que se deve vestir uma peça azul (vá-se lá saber porquê) de "underwear" na passagem do ano.

Consultores de imagem, homens do marketing, conselheiros de propaganda, criativos de publicidade, censores, "opinion makers", legisladores foram consultados neste início de ano novo de 2007...

O que vestir mais junto das partes "muy raras"?

Não se chegou a um acordo e as "negociações" foram encerradas!

Foi publicado um diploma que regula os tons de azul (0000FF, 00008B, 000080).

As imagens a utilizar serão objecto de regulamentação posterior, sendo que não podem conter icons subversivos ou que contrariem a constituição da "nacão interior" que será publicada brevemente...

Para publicação em diário oficial foi já enviado um decreto (número desconhecido) que determina o grau de elasticidade do "underwear" nas diferentes situações sociais...

A pirataria, no entanto, não dá tréguas ao legislador e produziu, para este ano novo , um modelo que tem tido muito sucesso entre os profissionais / missionários da educação...

Deixo a imagem para que as pessoas respeitadoras da lei evitem estes abusos criativos:


terça-feira, janeiro 02, 2007

Primeiro aguaceiro de Inverno
Meu nome será:
vagabundo

Matsuo Bashô

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Que se misturem os poetas...

E 2007 seja também poesia... !


Porque é que este sonho absurdo
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?

Eis a grande raiva!
Misturem-na com rosas
e chamem-lhe vida

José Gomes Ferreira


No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta

Cecília Meireles


Mal nos conhecemos
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil, A
migo vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O’Neill


Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
e dei às romãs a cor do lume.

Eugénio de Andrade


Este céu passará e então
teu riso descerá dos montes pelos rios
até desaguar no nosso coração

Ruy Belo
A maior desgraça que pode acontecer a um artista é começar pela literatura, em vez de começar pela vida.
Miguel Torga

procure outras florestas, outras árvores, não hesite...